AMOR DE CONVENIÊNCIA
A mesma chave se move lentamente
Na velha fechadura, quase chegando a emperrar
Pouco barulho se ouve ao entrar
De tão breve que se há de sair
... tanta saudade que há de deixar...
Esquece-se do verão e das peônias
É outono outra vez
E é amor outra vez!
O vento bate de mansinho no rosto de traços ligeiros
O cheiro do corpo pequeno, é singelo
Palavras poucas, pouca ilusão,
Esquece-se dos rancores, das dores, a ausência de outros amores
O desejo mata toda fome
Consuma-se e tudo é leve
Dá-se adeus ou até breve?
Anda devagar e não olha para trás,
Desaparece no vazio de seus passos.