Atemporal
Eu ainda perco o controle quando meus pensamentos viajam em você.
Seus olhos profundos observando meus movimentos... lentamente.
Atento e silencioso e encantador.
Às vezes é como se você ainda estivesse esparramado em minha pele,
E seu cheiro ainda morasse em minha roupa,
Ficávamos ali (ou lá) e o nada bastava, era nosso refúgio.
Não precisávamos fazer escolhas, nem sofrer por elas.
Eu e você... o tempo não existia,
Nossos sonhos eternos, nossas manhãs de primavera.
Nossas canções sem ritmo,
Nossa vidinha desajustada,
Eu ainda vagueio nesta ânsia,
Neste “para sempre” de um pequeno espaço de tempo.
Na vitrola antiga Schubert preenche o ambiente me envolvendo em lágrimas,
Em saudade e vontade de você.
...
Eu e você e as noites de lua terna,
Não precisávamos de quase nada,
Nada além de nosso abraço e do ardor do nosso desejo,
Eu e você... eu ainda te espero, ainda te quero.
Volte e jure mentiras. Apenas volte e não diga nada.
Ainda podemos dançar descalços na chuva,
Podemos correr contra o vento,
Imortalizar outro silêncio.
Eu e você e um amor assim...
Eu perdoo, você cala... existimos outra vez.