30/05/2009
12:15
O que sabemos da vida? Tudo?
O que sabemos sobre cair?
Cai-se, levanta-se, limpa-se e continua?
Machuca, chora, xinga, para?
E a dor, o que se sabe da dor?
Sente, guarda, suporta?
Usa-se no medo, na saudade, na ausência?
Somos todos vagos, desinteressantes... ricos de sabedoria mundana
com mãos vazias e corpos nus. Somos crianças choronas,
adolescentes problemáticos, mães histéricas e pais ausentes.
Somos todos! Não excluirei João nem Maria.
Um dia quando cai o poço era escuro demais, frio demais e minhas mãos tremiam. Meu medo temeu meus medos e eu sonhei o fim. Ali eu achei que meu toque, que meu som, que minhas lágrimas não repousariam mais nos colos vazios, em rostos tristonhos, nos olhos mudos... ali eu desisti.
Fiz uma pausa e calei. Ouvi.
Eu avaliei os destroços de minha jornada, do que chamei de vida estes dias.
E no meio do nada, o nada do nada foi meu tudo e eu pude estar em comunhão com o divino Ser e eu pude mais, muito mais. Eu pude tudo!
Cair, doer, julgar são ações involuntárias. No fundo não as queremos, mas as atraímos de uma forma ou outra.
Não existe levantar sem antes cair,
Entrega sem dor,
Humanidade sem julgamento.
O que sabemos da vida? Nada!